A respiração de novembro e de sua véspera
(outubro) arde-me não no cérebro
nem no ombro
mas — anel de fogo — nas ancas
e nas entranhas.
Em ti eu amo os amores todos.
Eu não podia aceitar isto
mas aceito agora. A vida
não cessa, é eterno continuar.
Por mais que se queira
o ávido sangue não será saciado.
A tarde é quem está bebendo este desejo
conivente com a violência
da parada da fera amada.
E numa noite de novembro é que fiquei pronta para a vida
ao ver o mar refletido no teu corpo
e ao meu rosto assomar todo o desastre.
(Olga Savary)
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