sábado, agosto 29, 2009

Meus atropelos

Agosto é mês de reflexão, é quando mais do que nunca toda as lembranças caem com um peso insuportável sobre mim e todos os medos saem sufocando meus poros, o que fazer? o que eu quero? coisas que eu realmente não sei. O tempo voa imperceptível e todos os anos por estes dias percebo todas as transformações significativas ocorridas em pouco espaço de tempo, o que eu fui, o que pretendo ser, sobretudo, o que sou, um amálgama de sensações de ontem, hoje e amanhã. A menina dá espaço à mulher que eu resisto, sou a mesma, com algumas microgigantescas diferenças.

Num desses momentos de autoanálise percebi que o incômodo não é envelhecer, sinto como se já tivesse experimentado mais sensações do que pude suportar, por isso, me sinto mais velha do que sou. O que incomoda é a indecisão insistente, o passado compulsivo e sufocante retornando a cada passo. Os perfumes de ontem se confundem com as vozes de amanhã, eu me arrasto nesse labirinto confuso seguindo em frente com as amarras de antes, tentando não desmoronar, mesmo sangrando a cada passo. Quem sabe um dia volta a ser primavera e essa flor despetalada contrarie o curso natural da vida mais bela e mais perfumada do que antes. Eu preciso pensar assim pra seguir em diante, pra apreciar a brisa que vez por outra me acaricia quando o inverno é mais insuportável.