sexta-feira, janeiro 29, 2010

Novas experiências

Finalmente online! Depois de um bom tempo longe da internet, consegui uma brechinha. Tanta coisa aconteceu nesse meio tempo. Ando meio viciada em televisão esses dias, tem tanta coisa legal pra assistir na tv fechada. Além disso, recebi um convite bem inesperado, uma pessoa pra quem não podia dizer não me chamou pra dar aula pra 4ª, 5ª e 6ª série, eu pensei e de cara respondi que não, mas reconsiderei e aceitei, é um dinheirinho a mais e tô precisando pra conseguir ir embora como eu quero. 

Loucura, talvez, foi o que pensei no começo, como consegui ser tão mercenária. Não queria repetir a experiência traumática da outra escola (onde aprendi a ser assim), mas avaliei melhor e pensei que nada poderia ser igual àquele lugar, por pior que fosse. Estava certa. Eu finalmente me sinto numa sala de aula de verdade, não num hospício tentando me organizar pra não enlouquecer e me esforçando pra ensinar alguma coisa pra um monte de doido. É tão diferente, tô realmente apaixonada. Já me disseram que costumo me apaixonar muito fácil pelo que faço, mas tem que ser assim, afinal a minha vida emocional é um desastre, preciso me apaixonar por alguma coisa.

Enfim, todos aqueles projetos e atividades que desenvolvi durante aquelas milhões de aulas inúteis de ensino e aprendizagem na graduação finalmente estão sendo colocadas em prática e são bem aproveitadas, meus alunos aprendem muito rápido. Quem diria que algum dia eu sentiria algum prazer em dar aulas de língua portuguesa. 

Aquelas crianças são fascinantes, elas me respeitam de verdade, não preciso me impor fazendo-as ter medo de mim — por incrível que pareça era isso que eu tinha que fazer na outra escola —, eu ando no corredor cheio de bracinhos em volta da minha cintura e ai de mim se não der um beijo, um abraço que seja nas minhas meninas. Só pra ter uma idéia um dia desses entrei em sala pra dar aula pra 4ª série e o quadro tava cheio de coisas como “titia é boua comigo”, “a titia é bonita”, “o cabelo da tia é firme” e muitas outras coisas. Incrível como pequenas palavras conseguem demonstrar tanta coisa e me desestabilizar tão fácil.

Sei que é uma experiência temporária e eu adoro a ideia de que esteja sendo tão agradável. Conseguir ser bem aceita como fui no ensino médio foi fácil, já tava acostumada, o meu medo era conseguir ser aceita pelas crianças, me adequar à linguagem, ao estilo, à realidade delas, isso sim é que é desafio. Espero que continue sendo assim.

sábado, janeiro 16, 2010

Desvarios da semana

Ando meio preguiçosa ultimamente, mas tenho aproveitado bem meu descanso. Fui pra Mosqueiro no domingo (depois de muita insistência do meu pai, claro), a uma churrascaria na segunda, ao cinema na quarta e esse cinema, aliás, foi uma odisséia. Depois de 2 horas na fila só consegui ingressos pra última sessão, mas tudo bem porque eu e meus pais curtimos pra caramba. Adoro filmes de criança, nós curtimos muito Alvin e os esquilos 2.

Fora isso, só as madrugadas na net e na tv, como eu sentia falta disso! A madrugada é o melhor horário pra estudar, espairecer, escrever no blog :p    

Acabei assinando uma tv a cabo pra não continuar trocando a noite pelo dia, como diz minha mãe. Isso me acaba durante a manhã. Além disso, o dono da academia já diz que não vai mais aceitar meu pagamento, eu tento manter a frequência, mas a preguiça me acaba. Quanto à minha dissertação, vou começar, tô tentando ser organizada, coisa que nunca fui e tô aos poucos, bem lentamente, conseguindo.

Acho que não tenho mais nenhuma novidade, só ansiedade pelas mudanças. Incrível como uma pessoa viciada em mudanças como eu pode sentir tanto medo delas. Lutei tanto pra chegar nesse caminho e agora que tô perto não consigo me livrar desse frio na barriga. Ir pra longe, deixar tudo que eu conheço, as pessoas, os lugares, as coisas, sei que é o melhor, o que eu sempre quis, mas agora tudo parece causar vertigem. Me lançar a algo que não sei onde vai dar é bem estranho. Enfim, tudo encaminhado, dando mais certo do que esperava, é a oportunidade de deixar mesmo todos os meus fantasmas pra trás, talvez por isso me cause essa sensação, já me acostumei com tudo. Agora é olhar pra frente e esperar pelo melhor. Deus sabe o que faz e disso estou mais certa do que nunca.

domingo, janeiro 10, 2010

O amor nos tempos do cólera

           Finalmente terminei de ler O amor nos tempos do cólera do Gabriel García Márquez, andava me arrastando, digerindo as poucas páginas que conseguia por conta de outras atividades, lendo antes de dormir, andando com ele na bolsa e me encostando na primeira oportunidade, porque realmente fiquei fascinada. O enredo foi me prendendo e me surpreendendo. Como acreditar num amor que perdura por “cinquenta e três anos, sete meses e onze dias com suas respectivas noites”? É louco demais pensar num homem que consegue por tanto tempo se envolver com tantas mulheres, se apegar a algumas delas e ainda assim viver pra um ser em específico. Dormir, acordar, viver pra uma pessoa que o quer longe, e quando enfim atinge sua estrela distante sabe ser já no final de sua vida, fisicamente gasta e certamente aparentemente nada atraente. Como explicar senão por um sentimento chamado amor? Eu mesma não sou tão fã de romances piégas, mas este é tão fantasiosamente impregnado de realidade que conseguiu me prender do início ao fim. 
          Florentino Ariza é com certeza um daqueles típicos canalhas que tanto me atraem, que seduz à sua maneira todas as mulheres que aparecem à sua volta das formas mais loucas, sem medir esforços. Cada conquista das suas passarinhas, seus amores de cama e a descrição das suas quase filosóficas maneiras de fazer o amor, que primeiramente aprendera olhando pelas frestas de um prostíbulo e aprimorara com as experiências. Uma de suas interessantes filosofias foi explicada ao seu primeiro amor de cama, a viúva de Nazaret: “convenceu-a de que a gente vem ao mundo com as trepadas contadas, e as que não se usam por qualquer motivo, próprio ou alheio, voluntário ou forçado se perdem para sempre”.
            Quando penso que Florentino chegou ao final de sua vida bem vivida, chega ao limite de no alto de sua velhice se envolver com uma menina “com aparelho nos dentes e raladuras de escola primária nos joelhos” para descobrir-lhe o gosto de inocência trazendo-lhe o encanto de uma perversão renovadora. Cada passo de sua vida atropelada pelos de Fermina Daza e de seu marido semi-deus e invejado pela sociedade me instigaram. É com toda a certeza um daqueles livros que por muito tempo ainda vão estar no meu rol de preferidos.

PS: Obviamente são só comentários de impressões pessoais, nenhuma pretensão ou intenção de fazer análise literária, até porque a essa hora da madrugada tô com preguiça demais pra fazer isso.

quinta-feira, janeiro 07, 2010

Bodas de prata

Mora comigo na minha casa um rapaz que eu amo.
Aquilo que ele não me diz porque não sabe,
vai me dizendo no seu corpo que dança para mim.
Ele me adora
e eu vejo através dos seus olhos
um menino que aperta o gatilho do coração
sem saber o nome do que pratica.
Ele me adora 
e eu o gratifico só com os olhos que o vejo.
Corto todas as cebolas da casa,
arrasto os móveis, incenso.
Ele tem medo de dizer que me ama.
E me aperta e mão,
e me chama de amiga...
(Luiz Carlos Lacerda)

PS: Uma amiga recitou pra mim e adorei, por isso publico aqui.

quarta-feira, janeiro 06, 2010

Parâmetro

Deus é mais belo que eu.

E não é jovem.

Isto sim, é consolo.

(Adélia Prado)