sábado, junho 30, 2007

"Que este amor não me cegue nem me siga.
E de mim mesma nunca se aperceba.
Que me exclua de estar sendo perseguida
E do tormento
De só por ele me saber estar sendo.
Que o olhar não se perca nas tulipas
Pois formas tão perfeitas de beleza
Vêm do fulgor das trevas.
E o meu Senhor habita o rutilante escuro
De um suposto de heras em alto muro.
Que este amor só me faça descontente
E farta de fadigas. E de fragilidades tantas
Eu me faça pequena. E diminuta e tenra
Como só soem ser aranhas e formigas.
Que este amor só me veja de partida."

"Que engraçado o ser humano, deseja algo por tanto tempo que quando tem não sabe o que fazer". Isso foi o que eu ouvi de uma pessoa que há uns cinco anos atrás era o meu deus grego, minha paixão platônica ou qualquer outro termo encontrado no momento. Realmente, não deixa de ser uma verdade, há reações totalmente inesperadas, desculpe-me, mas não sei o que dizer. Depois de todo esse tempo, eu mudei bastante ou pelo menos o suficiente para repensar se ainda o quero com a mesma força de antes. Não dá pra deixar de constatar todas as reações físicas por ele provocadas. Quando conversamos eu tremia dos pés a cabeça. É, parece mentira, entretanto eu senti até minhas pernas tremerem e isso era bem visível.
Tudo ainda parece irreal, parece que vou acordar a qualquer momento, porque é novelesco demais pra ser verdade. Como alguém como ele vai olhar pra mim? (Olha essa auto estima, não tenho mais idade pra essas coisas!). Voltei a ser a mesma menininha confusa e tola de antes? A mesma menininha de 15 anos que ele teria repelido certamente. Apesar do tempo, os fatos voltam com a mesma intensidade ou mais fortes, foi o que eu disse a ele, talvez, não, mais do que antes.
É tudo tão confuso, é impossível pra a matemática, mas pra minha vida não, a volta foi muito mais de 360º. Tal qual a fênix, tudo renasceu. Eu preciso de tempo, e ele diz, eu espero. Eu espero? Isso não é real.
E antes? Até horas atrás tudo era o outro, até segundos antes eu teria largado tudo sem pensar duas vezes, nem mesmo uma, só por uns minutos ao lado do outro. Perdeu espaço? Todos os defeitos caíram como uma pedra pesada sobre mim, como nunca acontecera. Parece-me cada vez mais medíocre. E quanta mentira! Eu fechei os olhos pra tanta coisa. Como pôde pensar que eu não descobriria coisas acontecendo embaixo do meu nariz? Mas finjo-me enganada, meu encanto, que um engano feliz vale bem mais que um desengano que nos custa tanto! Agora não dá mais pra fingir.
Largar tudo, jogar tudo pro ar, que se ..... os que me confundem. Não serei um objeto nas mãos de ninguém, não serei subjugada
por meus desejos. Agora é tudo ou nada.

segunda-feira, junho 11, 2007

Passos em descompasso

Meus pensamentos já não me pertencem – Pertenceram-me algum dia por acaso? – Eles voam numa única direção, mas se esbarram estabanadamente na primeira barreira estática ou fluida. Não se entendem. São borboletas que rompem o casulo mais rápidas que a luz num descompasso frenético, não posso acompanhá-las, não posso controlá-las. Elas querem apenas tocar uma mente por hora tão distante e dispersa. Querem apenas chegar até o ponto desejado.
Por instinto, as borboletas já conhecem a fragrância exalante e atrativa, suas asas já se envolveram e se perderam em uns braços, em um corpo, fonte do néctar. Néctar-doce, néctar-vida. Néctar-desejo de borboleta.
As borboletas voam em descompasso à falta do néctar, os meus passos se perdem rumo a lugar nenhum, confusos distantes dele. Tão longe, tão perto... Vejo-o perder-se em outras asas, talvez mais hábeis, mas não mais belas nem melhores que as minhas.

OUTRO ALGUÉM
(Los Hermanos)

Não dá mais pra mim
Pra eu poder viver aqui
Sem ter a ti
Não dava pra prever
Que eu não ia mais te ter
Não dava pra saber
Que ia me deixar
Me trocar por
Outro alguém...
Outro alguém...

Olho para trás
A ver a alegria que
Você não foi capaz
De me causar
Penso neste tempo
Que passei sem perceber
Que não queria mais
E hoje estás com
Outro alguém...