segunda-feira, junho 11, 2007

Passos em descompasso

Meus pensamentos já não me pertencem – Pertenceram-me algum dia por acaso? – Eles voam numa única direção, mas se esbarram estabanadamente na primeira barreira estática ou fluida. Não se entendem. São borboletas que rompem o casulo mais rápidas que a luz num descompasso frenético, não posso acompanhá-las, não posso controlá-las. Elas querem apenas tocar uma mente por hora tão distante e dispersa. Querem apenas chegar até o ponto desejado.
Por instinto, as borboletas já conhecem a fragrância exalante e atrativa, suas asas já se envolveram e se perderam em uns braços, em um corpo, fonte do néctar. Néctar-doce, néctar-vida. Néctar-desejo de borboleta.
As borboletas voam em descompasso à falta do néctar, os meus passos se perdem rumo a lugar nenhum, confusos distantes dele. Tão longe, tão perto... Vejo-o perder-se em outras asas, talvez mais hábeis, mas não mais belas nem melhores que as minhas.

OUTRO ALGUÉM
(Los Hermanos)

Não dá mais pra mim
Pra eu poder viver aqui
Sem ter a ti
Não dava pra prever
Que eu não ia mais te ter
Não dava pra saber
Que ia me deixar
Me trocar por
Outro alguém...
Outro alguém...

Olho para trás
A ver a alegria que
Você não foi capaz
De me causar
Penso neste tempo
Que passei sem perceber
Que não queria mais
E hoje estás com
Outro alguém...

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