quarta-feira, dezembro 18, 2013

Folies

É incrível o quanto as pessoas nos observam sem percebermos, sei que a minha profissão atrai isso, mas na minha vida sempre foi assim. Embora eu não goste de multidão, de olhares sobre mim, minhas escolhas sempre me levaram a isso. Amo música, amo cantar, é parte de mim, de fato. É inexplicável a sensação de ouvir a minha voz, ao fechar os olhos e como meu corpo todo responde, mesmo que talvez nem sempre eu expresse com gestos, por dentro, estou explodindo. Não procuro os olhares, eles são consequência, procuro essa sensação de completude, de que nasci pra fazer isso É muito bom ouvir o quanto as pessoas gostam e admiram, me sinto lisonjeada, claro, mas o bem maior é pra mim mesma. Quantas vezes tava tão confusa, ou sofrendo mesmo, e a música saiu como algo natural, expressando o que eu mesma não conseguia explicar. É indescritível.
Durante estes anos todos, são tantas as histórias. Pessoas que queriam ser como eu, ou que foram tocadas por algumas das músicas que cantei... é tanta coisa. Me chamou bastante atenção nestes últimos tempos os que eu sequer sabia que existiam e me admiravam de longe (eu e o meu excesso de carência afetiva), sem dizer nada. E não por pouco tempo, mas por anos. Eu que fujo de todos, que canto e volto correndo pra casa pra não ter que ficar conversando com ninguém não só porque fujo dos elogios, mas porque sou assim, fechada mesmo e porque gosto de fazer minha parte e voltar pra casa, simples assim. Há tempos parei de me importar com o que pensam sobre essa atitude. Voltando ao que tava falando, até evito este tipo de contato, as pessoas se apaixonam com facilidade e não gosto de dar vazão pra pensarem que eu incentivei de alguma forma, não gosto de dar fora, nem sei fazer isso e, de fato, nunca me envolvi com ninguém da igreja porque realmente nunca tinha achado ninguém interessante, ou talvez porque aquele lugar não seja pra isso, na verdade, nem sei o que se passou pela minha cabeça direito quanto a isso. O fato é que há algum tempo, uma criatura anda se aproximando de mim e, do jeito dele, sempre deixou claro o interesse. Por pena, permiti certa aproximação, as pessoas interpretam minhas atitudes como arrogância e achei que tava na hora de mudar. Atendia a alguns telefonemas, mesmo não tendo muito o que conversar e até achando super sem graça.
O tempo foi passando e a insistência continuou, começou a me fazer bem pela amizade. No final das contas, mesmo sem entender a maior parte do que eu dizia, ela tava pronto pra me ouvir, a aguentar a minha insônia, pronto pra me fazer companhia mesmo acostumado a dormir cedo. Eu não podia dizer nada, nunca houve uma confissão clara. Até há alguns dias. Por acaso, precisei de um favor, justo num dia em que eu tava no meio daquelas crises de todos os meses. Aqueles dias em que eu me sinto só. Não precisava fazer nada, bastava me dar atenção, o que ele sempre fez. Já dá pra imaginar no que deu. Os dias foram se passando e, como sempre, tratei de assustá-lo. Contei como fui louca, como não me apego a ninguém e magoei e muitas e muitas outras coisas. Surtiu efeito, ele se assustou, mas não desistiu. Insisti, coloquei os prós e os contras de como sou chata e somos diferentes, de como é difícil me acompanhar. Ele ficou confuso, mas não desistiu. Era sempre a mesma coisa, tu ainda vai namorar comigo, pode demorar alguns meses, mas vai, pra quem esperou tanto tempo. Desse jeito, ficou tão estranho pra mim, admirável, mas estranho. Eu não sou assim. Não me coloca tão pra cima, já te falei algumas das piores coisas que já fiz, não me idealiza. É fácil subir pra cantar, ser doce, não mostra quem sou de verdade. 
Juro que tentei não fazer isso, me afastei, não queria magoá-lo, é tudo que eu pensava. Ele é tão simples, o tipo de cara com quem jamais me envolveria, nada a ver comigo mesmo. Eu falei na primeira vez que conversamos e ele jogou friamente que namoraria contigo. Eu, sem pensar, fui grosseira como só eu sei ser, não vai dar certo, não acho que duas pessoas precisem gostar das mesmas coisas pra se relacionarem, mas é preciso ter algo em comum e nós não temos nada. A cada passo, deixei claro, não dá, não quero e uma porção de coisas, quer ficar, é por sua conta e risco. 
O engraçado é que do jeito  dele, me cativou, feio, grosseiro, piada sem graça, molecão... realmente, do jeito dele, uma pessoa admirável. No final das contas, sempre pronto a me escutar, só falando besteira pra ter o que dizer, fazendo de tudo pra me agradar. Repensei, aceitei algumas coisas, mas ainda não queria, o que eu ia fazer com aquele coitado? O que eu fiz sempre, passar um tempo e pular fora, não posso, ele não merece. Aí, ele surpreendeu, pulou fora, assim sem mais nem menos, não devia ter me aproximado de você, fiz merda, não falo mais nisso. Como assim? Tanto tempo com toda essa devoção, depois de uma viagem fantástica que fizemos e na qual nos tão demos bem, assim de sopetão, não quero mais brincar disso? Por quê? Finalmente encontrei alguém mais covarde e medroso do que eu, é até engraçado. O feitiço se volta contra a feiticeira, é assim que a vida funciona. Não vou continuar com isso, me conheço. Vou querer fazê-lo voltar atrás, mesmo sem sentir nada, só porque sou eu quem diz quando termina, porque não gosto de perder, mesmo nem valorizando o que tinha. Dessa vez, tenho que levar a sério. Tudo o que ele disse mostra o quanto o coitado não entendeu nada de tudo. Acha que vou ter alguma crise por causa dele? Que vai sujar a imagem dele diante dos outros? Tudo o que ele diz faria sentido, devo admitir, mas se viesse de alguém que não me conhecesse, não de alguém que me acompanhou, que viu relacionamentos se desfazerem e até torceu pra isso. Conversamos há tanto tempo e mesmo assim... é melhor me afastar, antes que eu faça um estrago maior.

sábado, dezembro 14, 2013




A cada dia que passa chego a conclusão de que a única solução pra mim é deixar de ser eu mesma.

quinta-feira, dezembro 05, 2013

Tô fugindo. Fugindo de tudo e de todos, inclusive de mim mesma. Tô lambendo as feridas, tentando me recompor sem fazê-lo de todo, em parte por incapacidade, em parte por falta de vontade. À flor da pele, completamente exposta. Nua. Morrendo de medo. Cansada. Mais uma vez traída. Mais uma vez abandonada. Não me reconheço. Reconheço a dor e fujo dela. Sou muito amada. Vejo os meus sonhos se realizando um a um. Não sei mais o que quero. Não sou mais eu. Não quero mais tudo isso. Não sei o que quero. Não sou boa o bastante pra manter tudo o que tenho. Nada é meu. Tudo passa. Não tenho capacidade e competência pra ser quem eu preciso ser pros outros. Pra mim? Não sei. Eu grito, todos escutam, riem. Sou bonita e inteligente. Ninguém vê aqui dentro. Eu falo. Eles não ouvem. Sou frágil. Não, sou forte. Deixem, sou forte. As rachaduras estão à mostra. Ninguém vê. Eu escondo. Por que ninguém vê? Eu não sou boa o bastante. Não posso fugir, não consigo. Preciso ficar. Aguento. Até quando? Não posso cair de novo. Não quero cair de novo. Dói. Vai ser pior. Sou forte. Eu posso, não me pressionem. Não, eu, não, não pressiono. Eu preciso aguentar. Vou ficar de pé dessa vez, é só não me abrir demais. Tô me negociando de novo. Não, de novo não. Não quero amar. Preciso amar. Eu quero mais. Eu preciso de mais. Sorrio. Tô feliz. Pára, deixa eu ficar feliz, deixa eu seguir em frente, não me segura. Eu quero, me deixa. Deixa eu viver, eu quero. Só não quero dor, deixa. Tô com medo. Não vai se repetir, eu mudei. Susto. Mudei muito. Ainda sou eu? Não lembro, esqueci. Apaguei, não consigo mais. Gosto de mim, é diferente. Estou orgulhosa. Sou uma mulher forte. Menina medrosa. Não dá pra voltar. Olha pra frente. Não vejo nada. Pra frente. Vou cair, não dá. Cadê ele? Quem? Alguém, qualquer um. Segura a minha mão. Desisto, não tem ninguém. Ele não quer ficar comigo. Tô com medo. Não tenho pra onde ir. Vou fugir.

terça-feira, junho 18, 2013

Dia desses....

Numa dessas sessões de terapia que me propus a frequentar, me peguei relembrando um dos poemas do Camilo Pessanha tão caros pra mim. Um dos que tantas vezes recitei nos meus momentos áureos de sala de aula. Tentando responder, mais uma vez, a frequente pergunta: como estás te sentindo agora? E sem saber como explicar, só ele me vinha a mente. Mesmo que, por incrível que pareça, não conseguisse lembrar dos versos. Estranho? Fui desafiada a me expressar de qualquer outra forma que não fosse falando (um convite gentil pra não dizer que falo demais), mas não sei desenhar, pintar ou qualquer coisa do gênero, isso imediatamente me remeteu ao poema, mesmo não lembrando exatamente o que ele diz. Só consegui rabiscar com giz de cera preto "sem ela o coração é quase nada". Não lembrei tudo naquele momento, depois, aos poucos minha mente foi relaxando, no banho, no outro dia, lembrei do poema quase todo, palavra por palavra, exceto por um verso, um único verso. 
Já tava ficando louca com a minha memória ridícula até esse maldito poema me dar um pouco de esperança, mesmo que ínfima. Aos poucos, fui pensando e descobri que meus esquecimentos são uma tentativa inconsciente de me  proteger do meu passado. Na verdade, sei que tê-lo embaixo do tapete não é me livrar, por isso volta e meia me pego rolando na sujeira, mas é incrível como é penoso lembrar de algumas coisas fundamentais, parte disso é melhor não lembrar mesmo, mas outra parte tornaria a minha vida mais fácil.
Tem tanto coisa que prefiro esquecer, embora saiba que é melhor enfrentar e superar. Ouço e até repito a ladainha, mas na prática, isso é impossível. Não sou capaz de lidar com meu passado e pra ser sincera, a fórmula mágica sempre funcionou: colocar embaixo do tapete até deixar de ser relevante. Depois de um tempo fica tão passado que nem importa mais. Simples assim. Dessa vez, tá demorando um pouquinho mais,  foi um pouco mais difícil também, mas vai funcionar novamente ou vai levar minha memória toda junto, não sei bem, ou um pouco das duas coisas, quem sabe. Nunca sei o que esperar mesmo.
O tal poema sempre falou um pouco de mim, hoje fala tudo. Sempre invejei o pessimismo simbolista, a dor existencial é tão bela na arte. Tempos depois, tenho certeza, na realidade, ela é pesada demais. Dói muito sofrer e com o tempo, é difícil imaginar que haja vida sem dor. Então, a pergunta se repete todos os dias, a todo tempo dentro de mim. Será possível isso? Se é possível, não descobri a fórmula e não tenho mais forças pra me aventurar a fim de descobrir. Sentido sei que não existe. É um vício quase desnecessário tentar entender tudo, porque no fundo não é possível compreender, nem mesmo explicar. 
Me perco divagando nas minhas explicações, pouco depois nem lembro o que tava tentando entender há poucos segundos e logo paro de tentar. Luta completamente vã. Perco pra mim mesma numa batalha imaginária, enquanto a vida passa e não chego a lugar nenhum. Faz algum sentido? Caminho sem volta.

segunda-feira, junho 17, 2013

Um me achava gorda, foi passear com uma magrela sem graça. Outro me achava magra demais, foi passear com uma periguete vulgar. Quando vão aprender a me aceitar como sou? Quando vão entender que não sou como as outras? Sou feita de extremos, sou excessivamente exagerada, não pra agradar os outros, mas porque é assim quem sei ser eu: do meu jeito.

terça-feira, maio 07, 2013

O silêncio das estrelas


Lenine

Solidão, o silêncio das estrelas, a ilusão
Eu pensei que tinha o mundo em minhas mãos
Como um deus e amanheço mortal
E assim, repetindo os mesmos erros, dói em mim
Ver que toda essa procura não tem fim
E o que é que eu procuro afinal?
Um sinal, uma porta pro infinito, o irreal
O que não pode ser dito, afinal
Ser um homem em busca de mais, de mais...
Afinal, como estrelas que brilham em paz, em paz...
Solidão, o silêncio das estrelas, a ilusão
Eu pensei que tinha o mundo em minhas mãos
Como um deus e amanheço mortal
Um sinal, uma porta pro infinito, o irreal
O que não pode ser dito, afinal
Ser um homem em busca de mais...

sábado, março 09, 2013

Cantares do sem nome e de partidas


Hilda Hist

II
E só me veja
No não merecimento das conquistas.
De pé. Nas plataformas, nas escadas
Ou através de umas janelas baças:
Uma mulher no trem: perfil desabitado de carícias
E só me veja no não merecimento e interdita:
Papéis, valises, tomos, sobretudos
Eu-alguém travestida de luto. (E um olhar
de púrpura e desgosto, vendo através de mim
navios e dorsos).
Dorsos de luz de águas mais profundas. Peixes.
Mas sobre mim, intensas, ilhargas juvenis
Machucadas de gozo.
E que jamais perceba o rocio da chama:
Este molhado fulgor sobre o meu rosto.
Me entupir de remédios não vai melhorar a situação, não vai se quer aliviar o que estou sentindo. Mas vai me parar por algumas horas, vai me fazer parar de pensar e tudo o que menos quero agora é pensar. Eu quero dormir, fechar os olhos e dormir sem sentir dor, sem ouvir críticas. Só quero ser esquecida por algumas horas e me abandonar em mim.

quinta-feira, fevereiro 28, 2013

Cantiga do sem-nome e de partidas


Hilda Hist

VII

Rios de rumor: meu peito te dizendo adeus.
Aldeia é o que sou. Aldeã de conceitos
Porque me fiz tanto de ressentimentos
Que o melhor é partir. E te mandar escritos.
Rios de rumor no peito: que te viram subir
A colina de alfafas, sem éguas e sem cabras
Mas com a mulher, aquela,
Que sempre diante dela me soube tão pequena.
Sabenças? Esqueci-as. Livros? Perdi-os.
Perdi-me tanto em ti
Que quando estou contigo não sou vista
E quando estás comigo vêem aquela.
Às vezes, acho que preciso me estapear pra ver se paro com este mal hábito. Tem horas que é só deixar pra lá. Assim como veio, vai. C'est la vie!

terça-feira, fevereiro 26, 2013

Queria muito poder compartilhar minha felicidade com ele, mas... Escolhas erradas novamente! Deus sabe o que faz.

E-mail de desabafo

     ...
   Resolvi escrever porque acho que consigo me expressar um pouco melhor assim, melhor até do que quando somente falo, mas resolvi fazê-lo, sobretudo, porque queria dizer isso agora, não mais tarde quando não estivesses mais com ela ou em outro momento em que tivesses tempo. Impulso? Talvez, porque não sei se diria o mesmo depois, se quer sei se teria vontade de dizer algo depois. 
  Na verdade, não sei por onde começar, mas como preciso dizer algo, bem, não sei se te importa, mas acabei de tomar café da manhã e foi uma sensação indescritível. Tomar café com leite e comer pão com manteiga... sinceramente, não lembro da última vez em que fiz isso. Confesso que foi mais incômodo que prazeroso, mas quer saber, eu o fiz, ninguém me pediu, só achei que me faria bem e isso é tudo que quero agora, ficar bem. Aliás, tenho pensado tanto nisso. Como ficar bem? Como encontrar algum contentamento diante de todos os últimos estremecimentos involuntários. 
  Tu tens sido um algo involuntário (digo algo, porque como falava antes, ainda não encontrei um adjetivo pra te descrever), alguém que não esperava, não só porque, de fato, não esperava por ninguém, mas também por ter causado tantas mudanças aqui dentro. Quantos planos? Quantas expectativas? Lançaste alguma coisa que me deu vontade de viver novamente, de me sentir viva, não só por ti, por mim. Percebi que ainda estou viva, só precisava despertar algo que já estava dentro de mim. Quanto a isso, podes até sentir um pouco de arrogância, porque fizeste parte dessa mudança.
  Foi essa percepção que me trouxe a tranquilidade de comer, dormir, planejar o que vou fazer hoje, algo simples pra qualquer ser humano normal, nem tanto pra mim, como sabes. Ontem, me peguei pensando, ele está com ela, ele demanda mais tempo a ela que a mim. Isso me mostra o interesse. Não porque, como disseste, eu não tenha tempo. O tempo é tão relativo, querido. O tempo que passas com ela poderia ser comigo, na prática, tenho as noites e as manhãs livres, não é o mesmo tempo? Enfim, não vou questionar, não era esse objetivo. Falei nisso pra te dizer da surpresa que me causou o fato de me perceber tranquila. à noite, peguei meu violão, tentei arranhar algumas coisas, fazer o que mais amo neste mundo, cantar; li um pouco, fiz minhas orações e sozinha tive uma epifania, constatei algo tão simples, mas tão surpreendente pra o momento que vivo: estou sozinha e feliz, mesmo sabendo que neste exato momento ele está com a outra, sabe-se lá fazendo o quê e esse o quê não me importa. Outra coisa, o resultado da Uepa ainda não saiu e isso também não me importa.
  Acho que sofri tanto todos estes anos que me acostumei ao sofrimento a ponto de sofrer por antecedência e por mais racional que tente ser, a ansiedade não é algo que eu consiga controlar com tanta facilidade, aliás, ela geralmente me derruba. Não fosse a incrível capacidade de atuar que a sala de aula me ensinou ao longo dos anos, talvez tivesse enlouquecido há tempos. Entretanto, exatamente agora, estou sem as máscaras, completamente exposta e tranquila. Eu não sei qual será tua escolha, não sei se vou passar na prova e quer saber, pelo menos, só por agora não quero me importar com isso. Quero encostar minha cabeça no travesseiro e dormir bem sem precisar de um calmante, como hoje. Acordar sorrindo, mesmo que não seja do teu lado. Ser feliz dando aula àquelas crianças, mesmo que isso não seja o que planejei pra mim. Eu quero o agora, quero ser feliz agora, porque o agora passa tão rápido e sou tão confusa quanto a esfinge. 
  Não quero entender nada, não quero me preocupar com nada. Só quero viver. Na verdade, quero muito que tu faças parte disso, mas não sou eu quem vai dizer o que deves fazer. O que posso dizer, é que fazendo ou não parte da minha vida, é assim que vou viver daqui por diante, tranquila. Nada nessa vida é por acaso, Deus permite que algumas coisas aconteçam pra que façamos escolhas. Eu fiz a minha e independente do resultado, quero ficar tranquila, porque sei que Ele quer o melhor pra mim e o que tiver de ser será.
  Podes estar pensando, pra que ela escreveu tudo isso? Posso te dizer que nem eu sei muito bem o porquê. Sei que me conquistaste de forma tão intensa que pareces a única pessoa no mundo pra quem consigo me abrir, dizer tudo, me expor sem minhas tão caras máscaras de todas as maneiras possíveis mesmo com aquela pontinha de vergonha que já conheces. É um grande avanço, pra mim, pelo menos. 
 Bom, espero não ter te cansado tanto e peço, não leve a mal meu desabafo, é que parece que és uma das únicas pessoas do mundo que consegue entender minhas loucuras sem me julgar, que me quer (pelo menos, por enquanto) apesar de todos os pesares e ainda consegue ver algum tipo de beleza em meio a todos os meus defeitos. Essa é uma das muitas razões pra eu te querer e pra te importunar tanto com as minhas tolices. Mas isso é outra história. De qualquer forma, conversamos depois, quando conseguires achar um tempinho pra mim.
  Bjnhs,
  ...

quinta-feira, fevereiro 21, 2013

Até o fim


Madame Saatan
Até o fim que me cabe
Até o fim que se sabe
Até o fim que me cabe
Eu quero ir
Até o fim que se abre
Eu quero ver
Até o fim que circula
Até ouvir o silêncio na rua

Até o fim não entendo
Até o fim do bom senso
Até o fim que destrói
Eu quero ir
Até o fim permanente
Eu quero ser
Até o fim que liberta
Até ouvir o barulho da rua

E o fim que me resta é teu
E o fim que me resta é teu
E o fim que me resta é teu
E o fim que me resta é teu


terça-feira, fevereiro 19, 2013

"entre a minha boca e a tua, há tanto tempo, há tantos planos, mas eu nunca sei pra onde vamos".

segunda-feira, fevereiro 18, 2013

Divagações quase improdutivas


Às vezes, a arrogância vai por água abaixo. Por mais racional que nós dois tentemos ser, por mais vantagens que eu aparentemente pareça ter, sei lá, tudo é tão imprevisível. Por que cargas d'água fui olhar aquele sorriso? Por que foi atrás de mim quando eu tava tão quieta que ninguém nem me notava? Por que a carona? Por que a conversa? Por que tudo aquilo depois? Alguns beijos e discutimos sobre casa, carro, filhos, casamento. Quem começa um relacionamento (ou sei lá como se pode chamar isso) falando em casamento? Devemos ser dois insanos atraídos exatamente pela loucura de sermos.insanos. Não há explicação razoável nem mesmo para alguém tão materialista quanto ele.
Ele, mais um ele, meu Deus! Pedagogo, ateu e todos os outros adjetivos tão abomináveis pra mim e sabe-se lá porquê tão atrativos só por serem dele. Afinal, por que ele? Não existe nada, nada mesmo que fizesse se quer sentir atração suficiente pra chegar a ter qualquer contato, nem mesmo amigável e, de repente, estávamos grudados. Essa imprevisibilidade toda tá me enlouquecendo. Esta indecisão, então... Ou entra na minha vida, ou sai de uma vez por todas, simples assim. Pra que complicar? Já vivi a situação da imprevisibilidade, da necessidade irremediável, da paixão intensa até o final mais trágico possível. Não preciso repetir a dose. Ninguém é igual a ninguém, é certo. Aliás, não há pontos em comum entre os dois, mas a situação em si é tão semelhante que chega a dar calafrios. Incomoda muito.
Na verdade, é a sensação de estar na corda bamba a todo tempo que incomoda, sobretudo, por essa situação incomum. Sou muito altruísta, mais até do que gostaria de ser, mas livros e homens, não se empresta, nem se divide. Não posso, nem vou aceitar a tal situação, nunca fiz isso, não vou começar agora. 
Quer saber, já fiz uma vez, posso fazer outra, ou se decide ou decido eu. Mando embora morrendo por dentro, mas mando. Piora por um tempo, mas passa. 
Preciso ter foco, não posso mais viver a vida de ninguém, nem em função de ninguém. Já tá mais do que na hora de mudar. Não posso precisar de alguém pra dizer que me ama, pra resolver minhas carências e não tô mais afim de vida dupla, de aventuras escondidas, não posso mais viver assim. Tô caminhando pros 30, tá na hora de aposentar a garotinha. Quem sabe, um dia, a princesinha interior possa até viver o conto de fadas, isso se tiver de ser, se não não será. Não quero também os extremos nem do pessimismo, nem do otimismo. Quero o equilíbrio. Todo mundo diz que a vantagem de envelhecer é conseguir chegar a um equilíbrio consigo e com os outros e já que sempre envelheci cedo demais, quero esse equilíbrio logo. 
Aliás, tava tão feliz por isso antes dele aparecer pra desestabilizar tudo. Se tinha outra na história, pra quê veio? Pra quê fazer tanta questão de me conquistar? Às vezes, eu me pergunto se eu não estou mais interessada na disputa que no prêmio. Não seria a primeira vez. Sempre amei a sensação de vencer sem nem mesmo me esforçar pra isso, aconteceu tantas e tantas vezes involuntariamente que agora, na calmaria, pode ser só a saudade recalcada. 
Ah, não sei de mais nada, só sei que dessa vez não posso ficar tão impassível. Nunca fui de pressionar, mas farei, porque é necessário. Agora, posso dizer, quando se é mais nova só se vê a dor da perda, parece que o mundo vai ruir se terminar, hoje, vejo que não é bem assim, se terminar, aparece outro ou outros, eles não param de aparecer, não importa o quanto eu me sinta sufocada por tanta gente ao redor. O que muda é o momento, a química, nem sempre, mas, às vezes, até as intenções. Não é a primeira vez que me falam em casamento, isso sempre foi um carma pra mim. Por mais que eu quisesse parecer aventureira, eles sempre conseguiam ver algo de conservador ou sei lá o quê pra me dizerem que sou mulher pra casar. A diferença é que neste momento da minha vida, a proposta passou a ser algo a se considerar, por incrível que pareça. Assustador no primeiro momento, mas passível de análise. 
Eu que até pouco tempo queria tanto a solidão, passei a pensar que poderia terminar o ano casada e com a possibilidade de uma gravidez, ele quer tanto e fala tanto nisso. Resolveria de uma vez por todas, como ele mesmo disse. Mas não, obrigada, isso não combina comigo. Engravidar pra segurar alguém, tô passando longe. É mais  fácil engravidar e sumir, isso sim. Sempre sonhei com a minha filha linda com seus cachinhos, esperta e falante, parecida comigo, alguém que poderia amar, de fato, sem medo de ir embora, sem medo de perda. Filhos são sempre filhos, não importa o que façam, é um amor eterno e incondicional. 
Um homem, isso é sim é complicado. Eles mentem, enganam, traem, mudam tanto o discurso com o passar do tempo... não tenho mais tempo pra isso. Sei como é amar um homem, conheço toda a dor e o prazer que um relacionamento a dois pode proporcionar. Mas um filho, minha filha, seria completamente novo, perfeito talvez. Já tenho idade, maturidade e, finalmente, estabilidade. Será que tá na hora? Uma amiga acabou de dizer que não posso querer agarrar o mundo todo desse jeito a vida inteira, não posso mais tentar estudar tanto e trabalhar ao mesmo tempo, que se eu tivesse casa, marido e filho pra cuidar estaria mais satisfeita.
Queria tanto passar num concurso, pronto, passei, e muito bem, aliás, empatei no primeiro lugar, é de causar orgulho, não? Deus tem sido muito bom pra mim. Como se não bastasse, tô num dos melhores cursinhos de Belém sendo relativamente bem paga pro trabalho que tenho. Além disso, fui convidada a participar de um grupo de pesquisa de Estudos Culturais na Ufpa, meu primeiro passo pro tão sonhado doutorado em Antropologia. O que falta? Não sei, não sei mais. Eu deveria estar feliz e não é que não esteja, mas quero me sentir completa. Quero a sensação de realização, de, enfim, passar a outra fase da vida. Me aventurei e aproveitei o suficiente, fui mais do que intensa em cada uma das minhas loucuras, tá na hora de parar um pouco, de ter responsabilidades maiores. 
Estou envelhecendo e só tenho visto coisas boas nisso. As pessoas reclamam tanto do tempo. Claro que tem desvantagens, como tudo na vida, mas a vantagens são tão grandes. Me vejo na melhor fase da minha vida, por isso, quero saber como aproveitá-la sem arrependimentos. É possível?   

domingo, fevereiro 17, 2013

Deixa estar


Los Hermanos

Ligue, ligue, ligue, ligue, ligue para mim
Diga, diga, diga, diga, diga que me ama
Que eu não vou mais implorar
Se quer saber, deixa estar
Digo que não ligo, mas não vivo sem você
Eu falo, não me calo, tiro sarro
Só pra ver se eu consigo despertar o seu amor
Deixa estar
Eu sei, que na verdade eu não consigo entender o nosso amor
Que o teu silêncio fala alto no meu peito
E que nós dois, estamos juntos na distância
Discrepância do destino!
Ziguezagueando zonzo de te procurar
Eu tranco no meu pranto canto alto de euforia
Que eu queria te cantar
Guardo pra mim
Deixa estar
Sei que fez um mês entre vocês, de união
Pouco, muito pouco, quase nada
Nesta estrada você está na contramão
E a solidão, deixa estar
Vocês vão aprender que nessa vida
não se pode mais errar
Vão descobrir que entre as estrelas e o chão existe o mar
Aí então a euforia, um belo dia, vai passar
E cairá sobre seu mundo, num segundo, a traição
Deixa estar

quarta-feira, fevereiro 13, 2013


É fácil trocar as palavras,
Difícil é interpretar os silêncios!
É fácil caminhar lado a lado,
Difícil é saber como se encontrar!
É fácil beijar o rosto,
Difícil é chegar ao coração!
É fácil apertar as mãos,
Difícil é reter o calor!
É fácil sentir o amor,
Difícil é conter sua torrente!


Como é por dentro outra pessoa?
Quem é que o saberá sonhar?
A alma de outrem é outro universo
Com que não há comunicação possível,
Com que não há verdadeiro entendimento.


Nada sabemos da alma
Senão da nossa;
As dos outros são olhares,
São gestos, são palavras,
Com a suposição
De qualquer semelhança no fundo.”
(Fernando Pessoa)

Pequena arrogância

Não te procurei, cativar faz parte de mim. Veio porque quis e vai quando quiser. Como te disse, aproveita bem, porque quanto a isso sou extremamente arrogante: teu corpo está lá, mas teus pensamentos ainda estão aqui, pertinho de mim.

domingo, fevereiro 10, 2013



"Meus amigos são todos assim: metade loucura, outra metade santidade.
Escolho-os não pela pele, mas pela pupila, que tem que ter brilho questionador e tonalidade inquietante.
Escolho meus amigos pela cara lavada e pela alma exposta.
Não quero só o ombro ou o colo, quero também sua maior alegria.
Amigo que não ri junto, não sabe sofrer junto.
Meus amigos são todos assim: metade bobeira, metade seriedade.
Não quero risos previsíveis, nem choros piedosos.
Quero amigos sérios, daqueles que fazem da realidade sua fonte de aprendizagem, mas lutam para que a fantasia não desapareça.
Não quero amigos adultos, nem chatos.
Quero-os metade infância e outra metade velhice.
Crianças, para que não esqueçam o valor do vento no rosto, e velhos, para que nunca tenham pressa.
Tenho amigos para saber quem eu sou, pois vendo-os loucos e santos, bobos e sérios, crianças e velhos, nunca me esquecerei de que a normalidade é uma ilusão imbecil e estéril.”

(Fernando Pessoa)

sábado, fevereiro 09, 2013

Cacos

Vander Lee
Ok, você pediu
você plantou
você se abriu
você sonhou
e acordou
entre suspiros
a olhar para a distancia
uma vida a esperar...
por quem você mal viu
e até chorou
quando partiu
que procurou
mas estava a mil
agora esquece essa intenção
que a vida acende
o candelabro da razão
juntando outros lados
da mesma questão,
as cartas na mesa
e as cinzas no chão,
dispenso as certezas
mas presto atenção
recolho meus cacos
e deixo nos braços da canção
e vou dar uma volta
olho a minha volta
nada tem volta
volta

quarta-feira, janeiro 30, 2013

Uma foto, uma única foto ao acaso. Eu era linda, nós estavamos lindos. Por que não éramos felizes?

domingo, janeiro 27, 2013

Poema da saudade

Martha Medeiros
Em alguma outra vida,devemos ter feito algo muito grave,para sentirmos tanta saudade...
Trancar o dedo numa porta doí.
Bater o queixo no chão doí.
Doí morder a língua,cólica doí, doí torcer o tornozelo.
Doí bater a cabeça na quina da mesa,carie doí,pedras nos rins também doí.
Mas o que mais doí é a saudade.
Saudade de um irmão que mora longe.
Saudade de uma brincadeira de infância.
Saudade do gosto de uma fruta que não se encontra mais.
Saudade do amigo imaginário que nunca existiu.
Saudade de uma cidade.
Saudade de nós mesmo,o tempo não perdoá.
Mas a saudade mais dolorida é a saudade de quem se Ama.
Saudade da pele,do cheiro,dos beijos.
Saudade da presença,e até da ausência consentida.
Você podia ficar na sala e ele no quarto,sem se verem,mas sabiam-se lá.
Você podia ir para o dentista e ele para a trabalho,mas sabiam-se onde.
Você podia ficar sem vê-lo,e ele sem vê-la,mas sabiam-se amanhã.
Contudo,quando o Amor de um acaba,ou torna-se menor no outro.
Sobra uma saudade que ninguém sabe como deter.
Saudade é basicamente não saber.
Não saber se ele continua fungando num ambiente mais frio.
Não saber se ele continua sem fazer a barba por causa daquela alergia.
Se aprendeu a entrar na internet,se aprendeu a ter calma no trânsito.
Se continua preferindo cerveja a uísque(e qual a cerveja)
Se continua sorrindo com aqueles olhos apertados,e que sorriso lindo.
Será que ele continua cantando aquelas mesmas musicas tão bem(ao menos eu admirava)?
Será que ele continua fumando e se continua adorando Mac Donald's?
Será que ele continua não amando os livros,e ela cada vez mais?
E continua não gostando de dar longas caminhadas,e ela não assistindo televisão?
Será que ele continua gostando de filmes de ação,e ela de chorar em comédias.
Será que ela continua lendo os livros que já leu?
Será que ele continua tossindo cada vez que fuma?
Saber é não saber mesmo!!!
Não saber o que fazer com os dias que ficaram mais longos,não saber como encontrar
tarefas que lhe cessem o pensamento.
Não saber como frear as lágrimas diante de uma música,não saber como vencer a dor 
de um silêncio que nada preenche.
Saudade é não querer saber se ele está com outra,e ao mesmo tempo querer.
É não saber se ele está feliz,e ao mesmo tempo perguntar a todos os amigos por isso...
É não querer saber se ele está mais magro,se ele está mais belo.
Saudade é nunca mais saber de quem se Ama e ainda assim doer.
Saudade é isso que senti(e sinto) enquanto estive escrevendo e o que você (deveria)
provavelmente estar sentido agora depois que acabou de ler.”
Quem inventou a distância nunca sofreu a dor de uma saudade!!!

sábado, janeiro 26, 2013

Sono que não vem... 
As ideias explosivas na minha cabeça deixam estilhaços do passado misturados aos recentes. 
Pessoas diferentes com mesmos hábitos causam sensações confusas. 
Eu-ontem-hoje-amanhã perd
                                             ida.

Onde Deus possa me ouvir



Gal Costa
Sabe o que eu queria agora, meu bem?
Sair, chegar lá fora e encontrar alguém
Que não me dissesse nada
Não me perguntasse nada também
Que me oferecesse um colo, um ombro
Onde eu desaguasse todo desengano
Mas a vida anda louca
As pessoas andam tristes
Meus amigos são amigos de ninguém
Sabe o que eu mais quero agora, meu amor?
Morar no interior do meu interior
Pra entender por que se agridem
Se empurram pr´um abismo
Se debatem, se combatem sem saber
Meu amor
Deixa eu chorar até cansar
Me leve pra qualquer lugar
Aonde Deus possa me ouvir
Minha dor
Eu não consigo compreender
Eu quero algo pra beber
Me deixe aqui, pode sair
Adeus.
Ai, o costume, sinal ruim, muito ruim. Pior ainda, começar a sentir falta. Melhor sair antes que a coisa piore e eu comece a aceitar. Aff... 

sexta-feira, janeiro 25, 2013

Tanta coisa já aconteceu, tanta, tanta, que vontade de ligar pra ele, meu confidente. Pensei. Lembrei. Faz muito tempo que deixamos de ser amigos, melhor deixar pra lá, o papo tosco do face é muito mais do que o necessário. Apesar da insônia crônica, melhor tentar dormir, é mais proveitoso.

Isso é só o começo

Lenine
Hoje me perguntaram o que é o amor
Não soube responder...
E ele que antes tinha nome, CPF e endereço... virou só mais um substantivo abstrato sem rosto...
" O que não tem fim sempre acaba assim".

Isso é só o começo!
Aqui chegamos, enfim
A um ponto sem regresso
Ao começo do fim
De um longo e lento processo
Que se apressa a cada ano
Como um progresso insano
Que marcha pro retrocesso
E é só o começo
Estranhos dias vivemos
Dias de eventos extremos
E de excessos em excesso
Mas se com tudo que vemos
Os olhos viram do avesso
Outros eventos veremos
Outros extremos virão
Prepare seu coração
Que isso é só o começo
É só o começo
Isso é só o começo
É só o começo
Aqui chegamos, porém
Num evento diferente
Onde a gente se entretém
Um ao outro, frente a frente
Deixando um pouco ao fundo
O ambiente do mundo
Por esse aqui, entre a gente
É só o começo
 Assim nesse clima quente
No espaço e tempo presente
Meu canto eu lanço, não meço
Minha rima eu arremesso
Pra que nada fique intacto
E tudo sinta o impacto
Da ação de cada canção
Preparem-se irmã, irmão
Que isso é só o começo.

Velhas preferências em novas referências

Como pode continuar a ser atraída pelo mesmo tipo de homem? Que isso? Quando se pensa que mudou, os mesmos vícios voltam, quando se acha que mudou mesmo, valendo, alguma coisa do passado vem despertar lembranças, ainda que as pessoas não sejam as mesmas. Gosto de cigarro na boca, cheiro de perfume barato impregnado-impregnando, pegada de homem... Desisto. Já era!