segunda-feira, maio 24, 2010

Palavras, palavras...


Adoraria conseguir transpor em palavras o que sinto, porque sinceramente não consigo explicar quando preciso. Na verdade, parece que é difícil até mesmo me compreender. Mudei demais pra conseguir me entender com o raciocínio de antes. Quero muito e não consigo nem completar o que preciso, desejo demais quando não dependo apenas de mim pra realizar.
E este querer repentino? Um querer bem não sei de onde, uma saudade sorrateira durante seis dias da semana, um desejo entorpecente... Como não pude dizer tudo isso em poucas palavras quando ele pediu pra eu falar? Como consegui ficar calada se precisava falar. Pela primeira vez alguém se preocupa com o que sinto e tem interesse em saber o que tenho a dizer e... nada. Nem um esboço de palavra sequer, e as sensações transbordavam dentro de mim, me afogavam. Eu tentei comprimir aquele aperto e tudo que consegui foi dar as costas, inconscientemente tentando testá-lo, era a forma de deixar clara minha insatisfação e perceber, ele se importa. como isso é bom. Mas não resolve nada.
O que é isso que sinto? Consegui chegar ao extremo de não saber onde quero chegar tendo tudo bem traçado. Tinha que acontecer, eu precisava me sentir viva de novo. Só não sei o que é, mas sei o que provoca. Me completa, me divide. Estou inteira pela metade. É... Tenho a leve impressão de que começo a entender. Impressão apenas, às vezes acho que entendi e volto ao começo pra saber onde errei, o que deixei passar. Quero acertar. Perdi a segurança, a confiança, que falta faz ser como era, apenas em algumas coisas, claro.
Eu recriei meu mundo, me refiz da forma mais correta que encontrei, tentei esquecer, mas não é possível, então as cicatrizes vieram de presente. Com o tempo, consegui o que queria e até mais do que esperava. Recebi de braços abertos acreditando nunca ter sido tão feliz e de repente voltei à estaca zero. Medo. Nunca me passou tanto pela cabeça uma palavrinha tão pequena, em letras garrafais. É preciso ter calma. É preciso cuidado. Não sou mais a menina. Antes era fácil, caia, com lágrimas levantava com os arranhões nos joelhos, depois, ah, era apenas mais um arranhão, um cascão de ferida feio, sarou, pronta pra outra. Que saudade! Agora não há mais espaço pra arranhões, quer saber, acho que não tenho mais joelhos.
O que vou fazer se cair de novo. Não sei. É, eu sempre vou em frente, eu já lhe disse, mas a que custo. O que mais vou carregar agora?

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