quinta-feira, fevereiro 13, 2014

Desvarios

Ontem, resolvi olhar a grade de disciplinas deste semestre. Muda, a primeira vontade foi jogar tudo pro alto. Àquela hora, com trocentas redações na minha frente pra hoje de manhã, depois de ter faltado o trabalho à tarde pra corrigir o máximo que pudesse e estar tentando reservar alguma energia pra trabalhar a noite inteira, sabendo que a madrugada seria longa e o dia posterior mais longo ainda... tudo passou num flash. Como, meu Deus? Eu preciso dormir. Nem começou ainda. E os horários? Passados alguns segundos, veio a razão, não dá pra fugir. Foi a vez do choro. Fui invadida por uma vontade violenta de chorar, chorar muito até desidratar. Antes que caísse a primeira lágrima, na verdade, antes que ela se formasse nos meus olhos, simplesmente me recusei. Não vou chorar. Não dessa vez.
Como? Ainda assim, nada estava resolvido e me fazer de forte não muda nada.
Cada coisa por vez. 
Às 5 da manhã, o sono ainda não vinha. Consegui terminar as redações, mas tem a autoescola logo cedo, as correções no horário do almoço e as aulas em outras duas escolas no outro lado do mundo até o final da noite. Por que o sono me abandona nessas horas? Preciso descansar. De volta àquelas confusas madrugadas semidormentes, sonhando, como num estalo, acordo, só se passaram alguns poucos minutos e eu me pergunto, sonhei? Minha mente repassou os fatos? Aconteceu? Não dá. 
Eu preciso dormir. 
Só quero um sonho tranquilo que me embale nesses instantes antes do dia amanhecer. Só quero esquecer por enquanto. Não aguento mais.
O dia amanheceu, transcorreu tão rápido, o sono não pesou, o cansaço não pesou, a fome... que fome? Esqueci de comer. O dia voou.
Preciso parar às vezes. São esses minutos de desespero que mudam tudo, eu poderia ter feito milhões de coisas, aliás, não faz muitos dias precisei segurar as mãos, a minha direita conheceu muito bem a sensação de segurar a lâmina, já tem habilidade, não é tão difícil, não dói. Bastam alguns segundos, minutos facilmente prolongáveis. Estancar o sangue. Cortar de novo... 
Não dessa vez. 
Não preciso ver meu sangue pra me sentir viva. Não posso.
Não dessa vez.
O dia passou.
Passou, outros virão. Senti um orgulho tolo, mas tão satisfatório, passou. Eu consigo. Eu aguento. Não sei bem como e por que o como importa tanto? Só preciso aguentar, dias melhores virão, a qualquer momento. Não sei quando. Não sei ser otimista. Só preciso acreditar. 
Como uma cética pode acreditar assim? Como uma pessimista pode acreditar em dias melhores? Não sei, mas vou descobrir.

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