segunda-feira, abril 14, 2014

Reflexões de facebook

Não sou fã de redes sociais, mas esporadicamente ando pelo facebook, é uma forma interessante de manter contato com algumas pessoas e sair da minha constante reclusão de vez em quando. Esta semana, parei um pouco mais pra ver algumas fotos. Quantas pessoas com quem nem tenho mais contato, outras com as quais só mantenho alguma ligação pela internet mesmo, principalmente minhas antigas colegas de escola, algumas ex-vizinhas. Brincavamos juntas, crescemos juntas aliás, mas nossos caminhos são tão diferentes. Elas estão casadas, ou grávidas, ou com seus filhos, são donas de casa, algumas nem terminaram o ensino médio. 
Eu vejo as fotos, as publicações e fico observando. Elas estão constantemente no face postando besteiras mal escritas, frases de autoajuda, estampando a vida pessoal pra quem quiser ver sem o menor pudor, entre outras coisas que eu jamais faria. É cada coisa. Os olhares, as situações, ô vidinha besta. Parei pra pensar e não sei bem porquê me deu uma inveja absurda disso tudo. 
Não é que eu não goste da minha vida, muito pelo contrário, agradeço a Deus todos os dias por tudo que conquistei, adoro meu trabalho, minha independência, adoro olhar uma vitrine e comprar as roupas, sapatos e bolsas que quero, comer onde sinto vontade, adoro sair de casa e voltar a hora que quiser, com quem quiser sem precisar dar satisfação, olhar em volta e estar tudo como deixei, porque por mais estranho que possa parecer, vivo só porque gosto, gosto muito de dormir e acordar só.  Sinceramente, poderia enumerar mais uma porção de coisas que me fazem sentir bem por ter escolhido a vida que tenho. Não sou rica, estou a anos luz disso, na verdade, mas tenho um certo conforto. 
Então, por que a inveja de ter uma vidinha medíocre de dona de casa, de barriga no tanque, dependente de homem e de filhos? Porque vejo em cada uma delas um sorriso genuíno que eu não tenho há anos, se é que algum dia o tive, porque vejo felicidade em toda a simplicidade desastrada e inconsequente, amor nos filhos e maridos, contentamento em não ter mais da vida do que o que ela pode dar ou o que já se tem, o que as faz dormir tranquilas todos os dias e se sentirem satisfeitas em começar mais um dia completamente igual aos outros, mais um do resto dos seus dias monotonamente iguais. Do alto dos meus caros e arrogantes saltos eu as vejo e as invejo por ter uma única ambição: continuar simplesmente vivendo.

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