Prestes
a cair, na minha mente, grito por ele, quero correr pra ele, sentir meu corpo
parar de tremer. Como um vício, uma droga de que dependo pra ficar bem, quando
todas as outras falham. Sigo fielmente a prescrição exigida pela libido, por
vezes, exagero obcecada pela ânsia da satisfação, sempre desmedida e
torturante, nunca contentada.
As
horas se esvaem a conta gotas enquanto me debato atrás de máscaras
insuportáveis grudadas a ferro e fogo. Qual o maior flagelo? Não consigo
mensurar, mas padeço de todos. Carrego cada um insanamente procurando permitir
que o tempo faça sua caridade. Ele não lembra de mim.
Preciso
recorrer a outros métodos. Minha mente me leva a ele, sempre ele. Tão
longe das minhas mãos
Anoitecer e amanhecer
Será
que todos os nossos anoiteceres e amanheceres serão iguais àquele? Eu não
deveria pensar no amanhã, mas não posso evitar. Todos os momentos em que ele me
coloca em seus braços, mesmo quando adormeço e me afasto, quando calmamente me
puxa de volta pra junto de si, me deixam mais tranquila. Seu peito, sua barba,
o perfume agradável, próprio e natural que preenche meu olfato intensamente me
exasperam e viciam, como música que desejo dançar todos os dias, às vezes mais
suave, às vezes mais rápido, repetidamente.
Cada
toque ressoa em tremores audíveis forçadamente engolidos, aprisionados entre as
mãos dele. Esqueço as horas, os dias, perco a memória, os sentidos, enquanto
sou coberta com vigor e suavidade... Quisera poder anoitecer e amanhecer todos
os dias assim.
Nenhum comentário:
Postar um comentário