terça-feira, setembro 26, 2017

Escritos incompletos




Prestes a cair, na minha mente, grito por ele, quero correr pra ele, sentir meu corpo parar de tremer. Como um vício, uma droga de que dependo pra ficar bem, quando todas as outras falham. Sigo fielmente a prescrição exigida pela libido, por vezes, exagero obcecada pela ânsia da satisfação, sempre desmedida e torturante, nunca contentada.

As horas se esvaem a conta gotas enquanto me debato atrás de máscaras insuportáveis grudadas a ferro e fogo. Qual o maior flagelo? Não consigo mensurar, mas padeço de todos. Carrego cada um insanamente procurando permitir que o tempo faça sua caridade. Ele não lembra de mim.

Preciso recorrer a outros métodos. Minha mente me leva a ele, sempre ele. Tão longe das minhas mãos   



Anoitecer e amanhecer


Será que todos os nossos anoiteceres e amanheceres serão iguais àquele? Eu não deveria pensar no amanhã, mas não posso evitar. Todos os momentos em que ele me coloca em seus braços, mesmo quando adormeço e me afasto, quando calmamente me puxa de volta pra junto de si, me deixam mais tranquila. Seu peito, sua barba, o perfume agradável, próprio e natural que preenche meu olfato intensamente me exasperam e viciam, como música que desejo dançar todos os dias, às vezes mais suave, às vezes mais rápido, repetidamente.

Cada toque ressoa em tremores audíveis forçadamente engolidos, aprisionados entre as mãos dele. Esqueço as horas, os dias, perco a memória, os sentidos, enquanto sou coberta com vigor e suavidade... Quisera poder anoitecer e amanhecer todos os dias assim.   

Nenhum comentário: