terça-feira, setembro 05, 2006

Ainda o caderninho


A curiosidade me motivou a saber qual foi a última coisa que escrevi no meu caderninho, todas as anteriores têm pelo menos 3 anos. Essa faz poucos meses, mas já parece tão distante (nem eu mesma consigo acompanhar as minhas mudanças). Lembro que escrevi na sala de aula, numa daquelas aulas monótonas das 12h às 14h, como as terças e quintas marcaram! Foi a minha última tentativa com o que eu chamo de relacionamento (nunca soube definir estas coisas em que eu me lanço com tanta voracidade).
Havia acabado de chegar àquele ponto em que se quer logo uma resolução definitiva.
Agora é como olhar de longe, é como sair de mim e do alto ficar facinada com a visão panorâmica do passado. Me valeram algumas linhas, algumas lágrimas e muitas histórias.

Ele passa em frente a minha porta e nunca entra
ele me vê e nunca olha.
E todo esse desejo que ele fez brotar e agora tolhe,
todo esse desprezo que ele imprime a ferro e fogo
como um dia imprimiu seu sorriso, seu perfume,
sua voz, seu gosto...
ainda estão bem marcados, desmarcados,
início e fim (?) na pele, na memória.

PS: Já estou sendo cobrada quanto ao trabalho com a linguagem, principalmente por amar tanto poesia e trabalhar com isso. Não ousaria chamar meus desvarios de poesia, é muito mais um desabafo, não só porque a maioria diz respeito a uma época mais imatura, também porque não tinha tanta preocupação com esse tipo de coisa.

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