terça-feira, setembro 05, 2006

...Relembrando


Ainda folheando meu caderninho, senti o perfume vigoroso da minha adolescência, tive de volta pequenas lembranças com essa fragrância que já se desfaz à medida que os dias passam. É tão interessante ler naquelas linhas a menina inquieta que fui.
Durante algum tempo senti uma necessidade inquietante de ser outra e ainda ser eu, ela seria então uma outra eu. Um escape daquelas sensações que não queria em mim. Morgana foi (ou talvez esteja apenas adormecida) uma expansão da volúpia, um impulso de vida sufocado pelos "bons costumes". Ela é a essência louca que toda garota tem em alguma fase da vida, por isso foi tão bom reencontrá-la. E se antes eu sentia uma incrível timidez pelo Supremo enleio, essa é uma parte (e minúscula parte) que ousei esconder pra não ser mal interpretada. Seja o que for, essa é a Morgana, impulsiva, incontrolável, sensual....

Cansei de ser normal
eu quero o amor imoral
eu quero a noite com suas carícias e delícias
quero a chuva sobre o meu corpo
os abraços de quaisquer braços
os beijos de qualquer boca
eu quero o vento quero o tempo
a brisa fria a mexer meus cabelos
os toques cálidos a acariciar meus pêlos
eu quero tocar o infinito
quero ouvir meus gritos
me sentir viva novamente
correr nua no meio da rua
loucamente rir do nada à luz da lua
eu quero os meus vícios
quero voltar a correr todos os riscos
andar sem me importar com nada
ter meus orgasmos de madrugada
eu quero meus olhares de cinismo
quero minha vida de pessimismos
esquecer os sonhos colher os pesadelos
viver as fantasias que criei
as loucuras que recriei
eu quero tudo e quero ir cada vez mais fundo
eu quero a vida

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