quinta-feira, novembro 12, 2009

A lecture upon the shadow

Stand still, and I will read to thee
A lecture, love, in love's philosophy.
These three hours that we have spent,
Walking here, two shadows went
Along with us, which we ourselves produc'd.
But, now the sun is just above our head,
We do those shadows tread,
And to brave clearness all things are reduc'd.
So whilst our infant loves did grow,
Disguises did, and shadows, flow
From us, and our cares; but now 'tis not so.
That love has not attain'd the high'st degree,
Which is still diligent lest others see.

Except our loves at this noon stay,
We shall new shadows make the other way.
As the first were made to blind
Others, these which come behind
Will work upon ourselves, and blind our eyes.
If our loves faint, and westwardly decline,
To me thou, falsely, thine,
And I to thee mine actions shall disguise.
The morning shadows wear away,
But these grow longer all the day;
But oh, love's day is short, if love decay.
Love is a growing, or full constant light,
And his first minute, after noon, is night.


John Donne

O poema é tão lindo que não resisti e resolvi publicar depois de lido e analisado numa aula de estudos do poema no mestrado. Aqui, coloco também uma possível tradução/interpretação, não muito boa, mas tradução feita porAila de Oliveira Gomes:

Preleção sobre a sombra

Espera, que uma preleção eu vou te ler,

Amor, sobre o amor e sua filosofia.

Nessas três horas de nosso lazer,

Aqui vagando, um par nos precedia.

De sombras, que eram por nós mesmos projetadas;

Ora o sol está a pino sobre nós, tu vês,

E nossas sombras, sob nossos pés;

E tudo se reduz à brava claridade.

Assim, ao que nosso amor infante crescia,

Nossas sombras, o nosso disfarce, sumiam

De nós e nossos medos; mas avança o dia.

Nenhum amor atinge o seu mais alto grau

Enquanto a vista alheia teme, como um mal.


A menos que o amor no zênite haja parado,

Produziremos novas sombras do outro lado.

Se as primeiras servem a nos ocultar,

Aos outros cegando; estas, a atuar

Atrás de nós, é qual a nós mesmos cegar.

Se nosso amor definha e declina no poente.

Tu a mim e eu a ti, falsamente,

Nossas ações deixamos que se disfarcem

Entre nós. As sombras da manhã se desfazem;

Estas crescem sempre mais, todavia,

Pois, ai! se o amor se esvai, curto é o seu dia.

O amor é uma luz sempre crescente e constante;

Seu primeiro minuto após meio-dia é noite.


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