
Professora, a senhora, antes me incomodava, agora já acostumei, é uma profissão que envelhece a gente. Menininha, diz uma professora da UFPA, perto dela você só pode ser menininha mesmo, tola, por que se sentir lisonjeada?
Lampejos de antes, o olhar dos homens, aquela menina magricela que nunca ouvia não, que nunca ia atrás, bastava olhar, e olhar de graça, tu nem estás interessada, é puro charme, tão natural de ti, diz um amante entre beijos, álcool e poemas. A menina, tão arrogante, tão cheia de si, consciente de que a beleza é efêmera e certa de não ser tão bela assim, mas sempre provocante e bastante convincente. Todas aquelas figuras passeiam pelas minhas retinas... passaram. Deixaram lembranças, marcas, mais um sinal de envelhecimento, reminiscências é sinal de velhice, eu acho.
Contra minha vontade aceito, tenho de aceitar, mulher, deixando de ser menina, se é que ainda sou.
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