sábado, dezembro 12, 2009

Finalmente tirei lenço e véu já esquecidos do guarda-roupa, passei a semana inteira ansiosa pra isso, estava com saudades mesmo da dança do ventre! É tão bom ter algo meu, um momento em que eu consiga me soltar e pra mim, sem necessariamente estar fazendo algo pra agradar alguém, por puro prazer. É o tipo de coisa que me faz sentir viva. 

Cada movimento delicado, cada batida, a própria música que fazia movimentar o corpo inconscientemente, tudo se completava apesar do calor e do barulho do trânsito lá fora. Até as pernas já meio esquecidas se moviam, levavam o quadril a se encaixar na medida exata, parecia que não tinham esquecido nada. Só um pouco duras pelo tempo paradas, o que era de se esperar.

Só agora tenho conseguido perceber nas coisas mais triviais um prazer espontâneo e mesmo as obrigações tem sido mais leves. A sala de aula já não é tão opressiva, sinto até falta dos meus alunos junto com os poemas que vem automaticamente, com as personagens dos contos e romances que passeiam nos espaços físicos e psicológicos da minha imaginação. Nem mesmo o resultado da prova me desestimulou. Não sei bem qual minha direção agora, mas seja qual for, sei que está bem definida porque nada na minha vida acontece por acaso e mais do que nunca essa certeza se fortalece. Tenho meus projetos, aos poucos eles se concretizam não exatamente como os planejo, mas sempre da melhor maneira.

Vou voltar pro francês, quem sabe pras aulas de canto — se tudo der certo —, tô até pensando em arriscar no inglês... Tantos planos, tantas coisas que havia abandonado, outras que nunca saíram das anotações da minha idéia e que agora intensamente se desvelam bem na minha frente, parece papo de final de ano, ano novo, vida nova, mas de fato é, não necessariamente só em 2010, porque tudo começou agora. Essa é a verdade, tudo parece ter começado agora, a vida que quase estacionou há 3 anos ressurge intensa, como nunca.

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