sábado, dezembro 05, 2009

Mais um dos meus noiantes finais de semana solitários, meu espaço pra estudar, ver filme, comer muita besteira e, claro, pra minha mente viajar, ele, como sempre, volta. Se não acordada, em sonhos. Quanta coisa, quantas palavras, tento desviar, tem coisas que tenho vergonha até mesmo de pensar, de revelar pra mim mesma, inevitável. Nem quando durmo. 

Por enquanto, é uma daquelas fases tranquilas, ansiedade pelo resultado da prova e final de ano é final de semestre também, logo, uma montanha de artigos e outros trabalhos. Então, vez por outra, no intervalo entre coisas sérias e besteirol ele desliza pelos pensamentos, mal percebo, é o perfume dele, tão próximo, como se estivesse ao meu lado. Opa, vou procurar alguma coisa séria pra fazer. 

No geral, transcorrem tranquilos os meus dias, cheios de expectativas, de vez em quando um momento down, pra não perder o costume e ele, momentos bons. Sou um ser humano afinal, carregado de desejos (mais do que gostaria, diga-se de passagem), mas sob controle, finalmente. Aprendi muito, todos aqueles problemas e desencontros, ditos mal-ditos, foram pra eu perceber que preciso mais de mim, ser mais independente, embora achasse que já era o suficiente. É fácil se enganar, já dizia a sábia: “Eu que não sei quase nada do mar, descobri que não sei nada de mim”. Eu e meus reflexos e complexos.

Enfim, o meu sonho doce e lascivo me lembrou um lindo poema da maravilhosa Hilda Hist que publico aqui.


Que este amor não me cegue nem me siga.

E de mim mesma nunca se aperceba.

Que me exclua de estar sendo perseguida

E do tormento

De só por ele me saber estar sendo.

Que o olhar não se perca nas tulipas

Pois formas tão perfeitas de beleza

Vêm do fulgor das trevas.

E o meu Senhor habita o rutilante escuro

De um suposto de heras em alto muro.

 

Que este amor só me faça descontente

E farta de fadigas. E de fragilidades tantas

Eu me faça pequena. E diminuta e tenra

Como só soem ser aranhas e formigas.

 

Que este amor só me veja de partida.


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